quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sobre Belém do Pará

CULTURA
Texturas, cores, materiais e formatos variados compõem a rica e diversificada cultura que o turista vai encontrar quando chegar ao Pará. O artesanato é marcado por peças inspiradas nas milenares civilizações indígenas e jóias produzidas com matérias-primas encontradas na própria natureza que reproduzem não só a criatividade dos artesãos, mas um pouco do que é o Pará.
Além do artesanato e das jóias, o Estado é palco da leveza e sensualidade de danças típicas como o carimbó e o lundu. Passos marcados por músicas onde o falar paraense dá o tom e registra a identidade do povo.
Para completar o caleidoscópio cultural, o Pará eterniza personagens de lendas amazônicas como o Uirapuru e o Boto, por meio de apresentações culturais que se replicam em vários cantos do Estado. E que registram no imaginário popular o que o mundo real se permite apreciar e também sonhar. Venha para o Pará e conheça toda a diversidade cultural deste Estado!


NATUREZA
Exuberância natural no Estado do Pará
O Pará apresenta uma fauna rica e flora bastante diversificada, resultante de temperaturas constantes e chuvas intensas que marcam o cenário da própria Bacia Amazônica, onde o Estado está situado. São mais de 2 mil espécies de peixes, cerca de 950 tipos de pássaros e 300 tipos de mamíferos que habitam a região.
Entre as espécies vegetais existentes, há algumas bastante distintas e pouco conhecidas. São resultantes das diferenças do grau de umidade, da condução dos rios, qualidade dos solos, ventos e chuvas.
As matas exuberantes presenteiam habitantes e turistas com exemplos centenários de árvores como a samaumeira e curiosos animais, entre eles muitos que ainda estão sendo pesquisados e descobertos por estudiosos da Amazônia.
Aliados a esse universo verde estão os rios e igarapés, componentes indispensáveis para marcar o contato inesquecível com a maravilhosa natureza paraense.

Conhecer o Pará é apreciar de perto essa biodiversidade e os variados ecossistemas que compõem esse rico cenário amazônico. Venha conhecer de perto a natureza da Amazônia.


GASTRONOMIA
Cheiros, cores e sabores do Pará
A floresta amazônica - fonte de inspiração para os índios em diversos setores – também originou uma das mais típicas e surpreendentes cozinhas do Brasil. Da natureza rica em ervas, frutos, sabores e cheiros nasceu a gastronomia paraense. É considerada a mais autêntica e exótica do país e responsável por colocar o Pará em destaque no roteiro turístico gastronômico nacional e internacional.
Entre os pratos típicos mais conhecidos estão a caldeirada, o caruru , a maniçoba e o pato no tucupi. Muitos deles levam como ingredientes o jambu e o tucupi, acompanhamentos inseparáveis e inesquecíveis para quem experimenta.
As frutas regionais complementam o cardápio. Uma diversidade que pode ser encontrada na Feira do Ver-o-Peso, em Belém, e, de quebra, consumida em doces e sorvetes, compondo maravilhosas sobremesas - um destaque a mais da culinária paraense. Como exemplos, o cupuaçu, o bacuri, o taperebá e a própria manga, esta muito encontrada em feiras e nas ruas da capital.
O açaí é um dos frutos mais apreciados pelos paraenses e por quem visita o Pará. Dele é extraída uma espécie de suco grosso, de cor arroxeada, não alcoólico. Os paraenses o consomem misturado com farinha d’água ou de tapioca, e geralmente acompanhado de peixe frito, camarão assado, ou alguma outra carne salgada.
RELIGIOSIDADE POPULAR
Um rio de fé no Pará de muitas crenças
Se a fé move montanhas, no Pará ela atravessa rios, florestas e se mantém viva ano após ano. É nessa terra de grandiosidade que acontece o Círio de Nazaré, uma gigantesca e secular procissão religiosa, considerada a maior expressão de fé do povo católico paraense.

No segundo domingo de outubro, o paraense prepara a casa e a alma para demonstrar o amor à Virgem de Nazaré.
A manifestação em Belém é só uma das diversas que são realizadas em vários cantos dos 143 municípios que compõem o Pará. Nessa terra de rica cultura popular, a mistura entre o religioso e o profano também não poderia faltar.

Um exemplo está em Alter do Chão, no oeste paraense, onde acontece a tradicional Festa do Çairé, uma das maiores manifestações folclóricas da Amazônia.

O festejo tem origem indígena e todos os anos há a disputa dos grupos folclóricos Boto Tucuxi e Boto Cor de Rosa.
Quem chega ao Pará sai com a certeza de que nesse lugar de muita fé há espaço para muitas devoções que povoam mentes, lugares e registram passagens da história religiosa do Estado.
CÍRIO EM BELÉM
Espírito natalino em pleno mês de outubro
São quase 300 anos de uma história em que protagonistas anônimos reúnem-se para expressar a crença em Nossa Senhora de Nazaré.

O Círio é o momento ímpar de devoção, fé e amor, quando milhares inundam as ruas de Belém do Pará, na maior procissão de fé cristã católica, no segundo domingo de outubro.
Espetáculos de devoção se multiplicam e emocionam o Pará de muitos círios. Grandes e pequenos. Centenários e recentes. Diferentes entre si, mas todos, exemplos de fé.

Entre eles, porém, um se destaca pela força e a grandeza da festa: o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém. São quase dois milhões de pessoas, entre acompanhantes e espectadores, percorrendo 4,5 quilômetros até a Praça Santuário, em frente à Basílica.

Durante o Natal dos paraenses, como o círio é chamado pelo amazônidas, a cidade fervilha culturalmente.


CULTURA DANÇAS CARIMBÓ
"Morena, penteia o cabelo, quero ver balancear;
vem me ensinar a dançar o carimbó do Pará".
("O carimbó do Pará" - Verequete)
O nome vem dos índios Tupinambá - CURI (PAU OCO) e M`BÓ (FURADO). Na tradução seria "pau que propaga o som". A influência africana deixou o ritmo do carimbó mais agitado e alegre. A roupa é simples: as mulheres usam saia rodada estampada, blusa de cambraia branca, colares coloridos e uma flor no cabelo. Os homens, calça curta de pescador e camisa estampada. Os dançarinos bailam descalços. Marapanim e Vigia são os municípios mais antigos na execução desta dança.
A música do carimbó vem sendo popularizada nas vozes e no trabalho de alguns cantores e compositores da terra. Entre os que difundiram o ritmo tradicional estão Mestres Verequete e Cupijó. Atualmente, o músico Pinduca adaptou a um ritmo mais moderno. Da Ilha do Marajó Mestre Lucindo, já falecido, é considerado um dos mais importantes compositores populares do Pará junto com Zezinho Vianna, autor da exótica “Invernada Marajoara”.
O ato - A coreografia começa com o homem batendo palmas para a mulher. É o convite para a dança. O grupo forma uma roda. As dançarinas fazem movimento circular com a saia. A intenção é atirar a saia sobre a cabeça de seu par. O papel do homem é evitar que ela consiga. A vitória, dela, seria a desmoralização do homem, que seria obrigado a se retirar do local da dança. A parte mais importante em uma roda de carimbó é a marcação coreográfica de um dos pés sempre à frente do corpo.
Um ponto alto da dança é o momento em que um casal vai para o meio da roda, onde fazem a dança do peru, nessa hora o cavalheiro é forçado a apanhar com a boca um lenço que a parceira estende no chão. Se conseguir pegar o lenço, o homem é aplaudido. Caso contrário, a mulher atira-lhe a barra da saia no rosto e o cavalheiro é forçado a abandonar a dança.
DANÇAS
• Batuque Amazônico
• Marujada

• Carimbó
• Obaluaiê

• Dança da Angola
• Retumbão

• Dança das Taieiras
• Samba do Cacete

• Lundu Marajoara
• Siriá

• Maçarico
• Xote Bragantino

• Marambiré


Na literatura mais aderida à Amazônia, a contemplação da beleza dos rios e da floresta é uma constância, podendo ser associada a uma sentimentalidade tristonha que deriva da supressão e da ausência, da percepção de fratura. Por apelo à brevidade destas notas, comento com rapidez dois escritores que se incluem no período realista-naturalista, momento em que se inicia uma literatura amazônico-paraense. Já o descritivismo próprio desse estilo intervém como estratégia de fixação da natureza que se insurge como paisagem e ambiência convulsas para compactuar com os choques que empurram os andamentos da história.
O paraense Inglês de Sousa, em seus romances e contos, recorre a esse recurso quando entrega à escrita a profusão de águas e as sendas íntimas da floresta, uma natureza amazônica inconciliada, porque situada num contínuo de disputas pelo amor e pela posse da terra. A esta causa, enfrentam-se poderosos políticos, donos de latifúndios, perfeitos estrategas de vilanias e pequenos proprietários decaídos ou decadentes, driblando falências e exasperações amorosas. Apesar de ter saído da Amazônia menino ainda e de jamais ter retornado, sua prosa transmite o testemunho como se in loco ao ato de escrita, tamanho o teor de amazonidade de permeio, uma Amazônia em micro-escritura, viva nos seres, na linguagem, nos modos, tal se o escritor escrevesse face aos fatos e à natureza representados.
Notícias
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O rigor científico na ficção de Inglês de Sousa
Walter Pinto
A literatura de ficção pode expressar uma realidade? Ao responder a questão, o professor Mauro Vianna Barreto, mestre em Antropologia pela UFPA, produziu um importante estudo socioantropológico que traz à tona a obra literária do escritor paraense Herculano Marcos Inglês de Sousa, o introdutor do Naturalismo na literatura brasileira.
Há críticos que atribuem ao maranhense Aloísio de Azevedo, com "O Mulato", livro publicado em 1881, a primazia da introdução da nova escola, que teve em Émile Zola e Eça de Queiróz os principais nomes da literatura universal.
Esses críticos parecem desconhecer os três livros publicados por Inglês de Sousa antes da obra de Azevedo, onde já estão presentes os princípios que iriam nortear a prosa realista-naturalista no Brasil.

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